Para reforçar o poder da transformação que a mudança de hábitos permite e para evidenciar ainda mais os benefícios e dos hábitos que queres criar, existem duas perguntas muito utilizadas no coaching, que te ajudam a reforçar o compromisso e a tornar ainda mais clara a necessidade de transformação.
Essa duas perguntas são: O que posso ganhar com os meus novos hábitos? E o que vou perder por manter os meus hábitos atuais?
Com estas duas perguntas vais ter ainda mais clareza acerca do impacto que a mudança de hábitos vai ter na tua vida e também é uma forma de reforçar o desejo por essa mudança, ao mesmo tempo que torna mais clara a recompensa a longo prazo que os hábitos te irão dar.
O valor do que vais ganhar com novos hábitos?
Quando fazemos a nós mesmo a pergunta: “O que eu vou ganhar com os meus novos hábitos?”, o que estamos a fazer na verdade é a criar o estímulo necessário para visualizarmos exatamente a identidade que queremos construir, imaginar a pessoa em quem nos queremos tornar. E agregado a isso, precisamos de perceber quais serão os benefícios e os vários ganhos que iremos ter no nosso dia a dia e na nossa qualidade de vida, através da mudança dos nossos hábitos.
O que seria diferente no futuro se eu tivesse outro tipo de comportamento?
O que seria ainda melhor do que é agora, se eu alterar os meus hábitos?
É com base neste tipo de perguntas poderosas que podes perceber melhor qual o impacto e o derradeiro valor da transformação.
Para além disso, quando refletes acerca disto, acontece uma outra coisa muito curiosa. Entras naquilo a que chamamos no coaching, estar em causa.
Estar em causa é assumir 100% da responsabilidade por ações e comportamentos.
Quando sabemos com clareza o que podemos ganhar se efetuarmos uma mudança, deixam de existir aquelas desculpas que damos a nós mesmos, aquelas “estórinhas” que inventamos para não nos sentirmos tão mal por não fazermos exatamente aquilo que sabemos que deveríamos fazer.
Ao teres uma visão mais clara de tudo o que podes ganhar com a mudança de hábitos e ao não agires para a concretização dessa mudança, fica quase impossível fugires do facto de que o verdadeiro responsável por a mudança não acontecer, és tu.
No final, a pessoa que está a separar quem és hoje da pessoa em que te queres tornar, és tu!
Entender o valor dos benefícios e vantagens de uma transformação ao nível da nossa identidade, é traçar um caminho de que tudo se trata de uma escolha e de que essa escolha é tua.
Independentemente de teres a resiliência e a disciplina para implementar um hábito para a transformação, a alimentação do hábito da vitimização e a criação de desculpas para não fazer aquilo que é preciso, são sempre uma escolha.
Cabe a ti, decidir se começas a a dar os primeiros passos para a tua mudança ou se vais continuar a adiá-la. E se escolheres esta segunda opção, ninguém fica chateado contigo, até porque quem deve ficar chateado és tu próprio!
Mas se o prazer de tudo aquilo que podes ganhar não é suficiente para a tua mudança, talvez sejas uma pessoa que se move muito mais pela dor. E se é a dor que te move, então pensa no peso de tudo aquilo que vais continuar a perder por não mudares os teus hábitos!
Quando fazes a pergunta: “O que eu vou perder por manter os meus hábitos atuais?” O que estás a fazer é também trazer maior clareza para a tua vida, mas neste caso, através do estímulo da dor. Fica tangível e visível quais serão as perdas e o peso daquilo que vais continuar a perder por não mudares de hábitos.
Se tiveres de sintetizar este peso, podes ser ainda mais específico e perguntar: Qual a verdadeira consequência?
Estes 20 quilos que tenho a mais, qual é a verdadeira consequência para a minha vida? Estou a colocar em causa a minha saúde? Estou a prejudicar os meus níveis de energia? A minha disponibilidade para estar ativo e brincar com os meus filhos? Qual a consequência de manter hábitos que não são congruentes com a pessoa que eu quero ser? O que isso está a representar na minha qualidade de vida?
O que acontece muitas vezes quando percebemos o impacto negativo de permanecer com os mesmos hábitos, é que isso também reforça todo o valor e os benefícios que os novos hábitos nos podem trazer.
Na verdade estas duas perspectivas sustentadas nestas duas questões, não são exclusivas, são, aliás, complementares. Elas retroalimentam-se.
E quanto mais sei o peso daquilo que eu posso perder, maior é a perceção daquilo que eu posso ganhar. Quando mais valor dou àquilo que posso ganhar com novos hábitos, maior é a vontade de amenizar as atuais perdas que tenho com os hábitos existentes.
Uma das estratégias mais poderosas para largar de vez os hábitos que não nos servem é pensar: se hoje fosse o modelo, o exemplo para o meu eu, quando tinha 10 anos, estaría de facto a ser um bom exemplo? A pessoa que sou hoje, seria um bom exemplo a seguir para aquela criança?
Se a resposta não for positiva, está na hora de agir, de entrar em ação e mudar! O que é preciso para te tornares nesse modelo e exemplo? Que vantagens isso vai trazer para a tua vida?
Com toda esta clareza, há uma coisa que tens que ter claro: Mudar ou não mudar, é apenas uma escolha. A questão que fica é, o que vais realmente escolher?