Motivação ou Disciplina, qual será o mais importante?

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Já aqui escrevi um artigo sobre motivação e sobre a forma como acredito que para estarmos motivados, precisamos “apenas” de ter objetivos.

Motivação é a conjugação de duas palavras: motivo e ação. Ou seja, para ter motivação apenas preciso de ter um objetivo que me faça mover, que me faça correr atrás dele.

Porque não temos ou não sentimos muitas vezes a motivação para agir?

Os motivos podem variar, deixo-te aqui alguns para pensares:

1. Falta de um PORQUÊ ou PARA QUÊ forte. Tu até “gostavas muito” de atingir o objetivo, mas não tens um PORQUÊ que te faça ir para a cama a pensar em acordar para poderes continuar a fazer o que tem de ser feito para o alcançares. Não tens nada suficientemente forte, que naqueles momentos em que “não apetece” te faça apetecer!

2. Somos criaturas movidas por dois vectores: dor e prazer. E temos uma regra inconsciente na nossa mente, que nos faz sempre querer afastarmo-nos da dor para nos aproximarmos do prazer. Ou seja, o facto de o objetivo ser prazeroso de alcançar e viver, não é suficiente, até porque está num tempo distante que ainda não existe, o futuro. No presente está a dor, a dor do fazer, a dor do lutar contra a procrastinação.

3. Zona de Conforto! Temos uma mente treinada para a “lei do menor esforço”. A mente reptiliana tem como função proteger, garantir a nossa sobrevivência. E para isso, ela não quer que tu corras riscos, ela não quer que dispendas energia em ações que podem colocar em risco a tua segurança, por isso ela faz tudo para te manter em segurança e em conforto.

motivação ou disciplina

Destes três, considero a criação de um PORQUÊ FORTE como um dos principais pilares para teres motivação. Porquê? Pensa comigo:

Se eu te dissesse agora que após terminares de ler este artigo, ias ter que correr o equivalente a uma Maratona (42,195 kms) corrias? Ah! E tinha que ser exatamente como estás neste momento. Ou seja, terminares a leitura do artigo e começares a correr. Corrias?

Eu aposto, com uma probabilidade de acertar em 99,99%, que a tua resposta era um redondo NÃO!

Agora imagina o seguinte: pensa nas duas ou três pessoas mais importantes da tua vida. Nas duas ou três pessoas que tu mais amas. Aquelas pelas quais tu farias tudo, absolutamente qualquer coisa por e para elas. Agora imagina que algo de muito grave, de muito mau, iria acontecer a essas pessoas, se tu não corresses o equivalente a uma maratona, agora, imediatamente após terminares de ler não este artigo, mas este parágrafo. Aposto com 99,99% de certeza, que nem chegavas a ler esta linha. Aposto 99,99% que saías disparado pela porta fora, sem pensar no que tinhas vestido, calçado, o que ias comer, beber, nada!

Aposto ainda que quando a dor chegasse e a vontade de desistir começasse a gritar na tua cabeça, tu te irias lembrar porque estavas a correr e porque era impensável não terminares os 42,195 kms.

Este “suponhamos”, este convite que eu te fiz a imaginar uma vivência com um PORQUÊ forte, mostra a importância de um PORQUÊ FORTE para criares a motivação diária para atingir esse objetivo.

Isto leva-nos ao segundo ponto do tema deste artigo: Disciplina.

Criar motivação diária, ainda que com um porquê forte, não é possível sem disciplina. Podemos olhar para disciplina como o ato de controlar a alguém ou a si próprio.

Disciplina requer força de vontade, e nem todos a temos.

Ou será que temos e apenas não está treinada!? Acredito que, como tudo na vida, a disciplina é um hábito e um hábito cria-se e treina-se. E o treino nunca acaba! Os hábitos estão presentes nas mais pequenas ações do nosso dia a dia. Um exemplo disso são as inúmeras decisões que tomamos e os comportamentos que adotamos.

Um estudo da Universidade de Duke, nos Estados Unidos da América, estimou que mais de 40% das nossas ações diárias são provenientes dos nossos hábitos, ou seja, não são decisões intencionais, são inconscientes, ações que fazemos sem precisar de pensar.

Será que podemos olhar para Motivação e Disciplina como hábitos?

Será que podemos também olhar para Disciplina e Motivação como uma Decisão? Ou seja, ter ou não ter motivação, ter ou não ter disciplina. E é exatamente por isto que os hábitos são algo verdadeiramente poderoso a desenvolver. Permitem-nos ter determinados comportamentos sem termos a necessidade de pensarmos sobre eles. Isto permite poupar esforço, tempo e energia ao nosso cérebro no sentido de agirmos em conformidade com o que precisamos no nosso quotidiano.

Concordas comigo que disciplina e motivação, são atitudes que geram comportamentos? O poder dos hábitos da motivação e da disciplina, traduz-se nas grandes possibilidades que eles representam na melhoria da nossa qualidade de vida e em realizarmos a mudança que precisamos para atingir os objetivos.

É preciso entender que o que acontece não é termos sucesso e por isso criamos hábitos de sucesso. É precisamente o contrário! Pelo facto de termos hábitos de sucesso, isso traduz-se no sucesso nas nossas vidas. E podemos comprová-lo através da análise dos nossos resultados, pois eles são um reflexo daquilo que somos e dos comportamentos que temos.

Os resultados que alcançamos são uma medida palpável dos nossos hábitos de motivação e disciplina.

O saldo da nossa conta bancária é uma medida palpável dos nossos hábitos financeiros. O peso é um medidor do sucesso dos nossos hábitos alimentares. O nosso conhecimento é uma medida concreta dos nossos hábitos de aprendizagem. A organização do nosso ambiente de trabalho e da nossa casa, é um reflexo dos nossos hábitos de arrumação. Obtém-se aquilo que se repete. E como a repetição é a mãe de todas as competências, a excelência das nossas competências e do nosso sucesso, é medida pelo número de vezes que repetimos os comportamentos que são corretos.

Fazer uma escolha que é 1 por cento melhor ou 1 por cento pior, parece insignificante no momento, mas ao longo do conjunto de todos os momentos que compõem a nossa vida, essas escolhas determinam a diferença entre quem se é e quem se poderia ser. É muito fácil subestimar a importância das pequenas melhorias que podemos ter nos nossos hábitos.

Muitas vezes construímos a ideia de que para termos um êxito em grande escala, precisamos de desenvolver ações ultra complexas em larga escala. Muita motivação e muita disciplina. Queremos as coisas de uma forma muito imediata, sem a devida paciência para esperar que o processo gere resultados, e acabamos por exercer grande pressão sobre nós próprios para efetuarmos uma mudança drástica e radical.

Ao imaginarmos a diferença entre uma pequena melhoria e uma “pequena pioria”, nada de significativo acontece, mas quando são repetidas e inseridas num hábito, os resultados podem ser surpreendentes. Se conseguirmos melhorar a nossa motivação e a nossa disciplina 1 por cento todos os dias durante um ano, chegaremos ao final do ano 37 vezes melhor.

Por outro lado, se piorarmos 1 por cento todos os dias durante um ano, o declínio levar-nos-á para muito perto do zero.

O que começa como uma pequena vitória, pode tornar-se numa mudança significativa.

E o que se revela um pequeno revés, quando repetido consistentemente pode representar uma grande perda. O poder da criação do hábito da motivação e da disciplina traduz-se em vê-los como se fossem juros compostos do nosso próprio aperfeiçoamento. Da mesma forma que o dinheiro se multiplica através do juro composto, o juro sobre juro, os efeitos dos nossos hábitos multiplicam-se à medida que os repetimos. De cada vez que melhoramos os nossos hábitos, ou seja, que criamos motivação e que decidimos pela força de vontade da disciplina, estamos a multiplicar o nosso próprio valor.

Olhando para eles, dia após dia, parecem fazer pouca diferença e, no entanto, quando analisamos ao fim de alguns meses ou anos, o seu impacto vai ser enorme. Primeiro temos o trabalho de criarmos os nossos hábitos e depois são eles que acabam por criar aquilo em que nos tornamos.

O sucesso, atingir objetivos, é o produto do resultado dos nossos hábitos diários – não de transformações que acontecem uma vez na vida.

O sucesso traduz-se no nosso SER e nos hábitos que caracterizam quem somos.

É por isso que os hábitos dizem muito sobre a nossa identidade e a identidade revela muito acerca dos nossos hábitos. O que trabalhar então primeiro: o hábito da Motivação ou da Disciplina?

Qual é mais importante: a Disciplina ou a Motivação? Aquilo que eu acredito é que precisamos de DECIDIR criar o Hábito da Disciplina. É a atitude do fazer o que tem que ser feito, com 100% de responsabilidade, sem culpas e zero desculpas, que dita a Disciplina. E é a disciplina de criar a motivação que nos vais levar a encontrar, a criar um porquê forte. E é esse porquê forte que nos vai levar a agir de forma massiva até atingirmos os nossos objetivos.

Motivação ou Disciplina? A minha resposta é simples e ao mesmo tempo complexa: desenvolver o hábito da Disciplina da Motivação!