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Os meus comportamentos ditam a excelência dos meus hábitos

Porque razão se torna muito mais fácil repetir maus hábitos e menos fácil adquirir bons hábitos? A principal razão tem a ver como os nossos comportamentos acabam por ditar a excelência dos nossos hábitos.

Fazendo uma analogia com as plantações, um mau hábito é como uma árvore velha, seca e que já não dá frutos, mas cujas raízes já estão muito bem estabelecidas dentro da nossa identidade.

Enquanto os novos hábitos, os bons hábitos que queremos criar, são apenas uma pequena semente, da qual precisamos de cuidar e fazer florescer, até que com o tempo de maturação e a frequência com que repetimos um determinado comportamento, se torna uma árvore que dará grandes frutos para a nossa própria identidade.

Se há algo que tenha a capacidade de criar um tremendo impacto na nossa vida, são os (nossos) hábitos. E se considerarmos que eles nascem dos nossos comportamentos, podemos entender a importância que esses comportamentos ditam e que sejam eles um reflexo concreto dos hábitos que queremos ter.

A mudança de hábitos representa um desafio, essencialmente, devido a duas grandes razões:

  1. Tentarmos mudar a coisa errada;
  2. Tentarmos mudar os hábitos da maneira errada.

O que isto quer dizer é que, por vezes estamos a atuar sobre os comportamentos que são consequência do comportamento base de um hábito, então estamos a fazer uma mudança mais superficial e não atuamos sobre a parte mais profunda. Voltando à analogia da árvore, estamos preocupados em arranjar um ramo sem ir à verdadeira raiz do problema.

Por outro lado, muitas vezes tentamos mudar os hábitos da maneira errada, ficamos focados na mudança momentânea, nos resultados no imediato. Mudamos o que é mais fácil para ter um determinado resultado, mas isso não é o que se torna sustentável para que a mudança seja duradoura e ocorra verdadeiramente ao nível das nossas raízes, da nossa identidade.

A mudança significativa não implica uma mudança radical. Pequenos hábitos podem resultar numa mudança significativa e sustentar a criação de uma nova identidade. Basta para isso que mudemos o comportamento certo, na direção certa, que é rumo a melhores hábitos que sustentem a identidade que queremos construir.

Quando a mudança é significativa, ela torna-se grande. É um dos curiosos paradoxos dos pequenos progressos, uma pequena mudança de comportamentos pode tornar-se tão significativa que se torna numa grande mudança de identidade.

Práticas vs Hábitos

Quando olhamos para os hábitos é importante distinguir a diferença entre práticas e hábitos.

Quando eu digo que pratico exercício físico é diferente de dizer que eu sou um atleta, ou que sou alguém com hábitos de vida saudável. Um hábito pode ser uma prática que levamos a cabo o número suficiente de vezes para se tornar um hábito, mas por outro lado, a prática nem sempre se traduz na criação de um hábito. Podemos dizer que quando existe uma prática que eu pratico tantas vezes que esse comportamento se torna automático, então de facto ela transforma-se num hábito.

Se voltarmos a pensar no ciclo da excelência, podemos posicionar as práticas e os hábitos em dois diferentes patamares de conhecimento.

As práticas estão ao nível do nosso consciente competente, ou seja, são de facto comportamentos que já temos consciência de que os praticamos e ao mesmo tempo temos competência para os levar a cabo. No entanto, a frequência com que fazemos estas práticas ainda não é suficiente para que elas de facto sejam automáticas e quase não exijam um esforço deliberado e racional da nossa parte para o seu planeamento e ação.

Por outro lado, os hábitos, como vimos anteriormente, estão ao nível do inconsciente competente, logo já não exigem que tenhamos consciência deles e que o nosso cérebro seja obrigado a um processo racional para a entrada em ação.

Entender esta diferença é muito importante, pois quando conseguimos identificar e listar o nosso conjunto de práticas e hábitos, ficamos com maior clareza acerca daquilo que podemos mudar. E muitas vezes o que acontece é que determinados comportamentos que hoje já são práticas comuns, só ainda não se tornaram em hábitos porque não aplicamos a
repetição e a frequência o número de vezes necessário para isso. Ao teres claro para ti esta distinção, pensa no que será que estás a fazer agora e que se repetires se pode tornar num hábito? O que será que ainda não integraste na tua identidade como um hábito pela falta de consistência e disciplina na repetição?

Lembra-te, a repetição é a mãe de todas as competências. E neste caso é, também, a linha ténue que separa aquilo que são as nossas práticas, daquilo que são os nossos hábitos.