Hoje em dia, com a necessidade de urgência, de conseguirmos resultados rápidos, muito rápidos, demasiado rápidos (!), agregada às pressões indesejadas da sociedade, da cultura ou dos nossos pares, estamos frequentemente à procura do plano ideal, da receita perfeita para mudar, do comprimido mágico que quando tomado faz tudo resultar. Queremos a maneira mais rápida para perder peso, o melhor programa para ganhar músculo, a ideia perfeita para ganhar dinheiro extra, a dica ideal para criar o relacionamento dos nossos sonhos, a fórmula mágia para ser um Líder lendário… e mais “um par de botas”!
Estamos tão focados numa ideia sem falhas e completamente perfeita, que nunca chegamos à fase de realmente fazer qualquer coisa. Porque se não for exatamente perfeito, e eu souber que os resultados me vão desiludir, então porque raio me vou dar ao trabalho de tentar?
Para contrariar este tipo de pensamento devemos usar a premissa: “feito é melhor que perfeito”.
O que isto significa é que na criação de um novo hábito, fazer algo é melhor do que procurar a perfeição e é fácil perceber porquê. Ninguém consegue passar do patamar onde nunca fez nada, nem sabe como fazer, para de repente se colocar em movimento e fazer as coisas de forma perfeita. Como fica claro no ciclo da excelência, até ser alcançado esse patamar da aparente perfeição (lembrando que a perfeição existe na imperfeição e que na verdade há sempre margem por onde progredir), isso exige prática, repetição, consistência e experiência.
Então torna-se claro que primeiro o nosso comportamento tem de ser feito, para a longo prazo ser “perfeito”. Como o filósofo francês, Voltaire, um dia escreveu: “O ótimo é inimigo do bom”.
Nada consegue ser ótimo e bom ao mesmo tempo para uma pessoa, ou é uma coisa, ou é outra. E isso é apenas resultado do patamar da excelência onde essa coisa se encontra. A premissa base aqui é simples: não penses em fazer tudo muito bem e de forma perfeita, preocupa-te em entrar em ação. Não esperes pelo momento certo, porque esse momento é AGORA, é começar a fazer JÁ!
Outra coisa que deve ser levada em linha de conta, é a diferença entre “estar em movimento” e “entrar em ação”. Muitas das vezes podemos achar que é a mesma coisa, mas são coisas distintas.
Quando estamos em movimento, demos o primeiro passo para vencer a inércia, começamos a planear, a definir estratégias para a execução, a aprender e a adquirir mais conhecimento. Tudo isto é excelente e muito necessário, mas não são elas que produzem resultados!
O comportamento que produzirá resultados é a entrada em ação.
É muito importante estar em movimento, ou seja, planear e delinear qual o próximo passo que devemos dar, mas enquanto não dermos efetivamente esse primeiro passo, nada acontece.
Não basta ser um ótimo pensador, é preciso ser um executante.
Porque só a prática nos dá a veracidade dos factos, na nossa mente, por melhor planeadas que sejam as coisas, quando entramos “em campo”, agimos e fazemos de facto o que tem de ser feito, é nessa altura que podemos tirar proveito da aprendizagem e da experiência com os nossos erros. Perceber o que de facto resulta e o que deve ser modificado. É preciso ter cuidado com esta armadilha do movimento, pois muitas vezes ela dá-nos a sensação de estarmos a progredir. Pensamos: “Estou em conversações com quatro potenciais clientes. Isto é muito bom! Estou a avançar na direção certa”. Mas na verdade estamos só a preparar-nos para fazer alguma coisa. E quando os preparativos se tornam uma forma de procrastinação, é preciso mudar qualquer coisa. Parar de apenas fazer planos e agir!
É preciso fazer algo. Não podemos adquirir nenhum hábito sem fazer determinada ação, ter um comportamento significa estar a aplicá-lo.
Se queremos dominar um hábito, a chave é começar com a repetição, não com a perfeição. Não é preciso identificar cada detalhe de um novo hábito. O que é preciso é praticá-lo. Esta é uma das base para a Mudança de Comportamento, feito é melhor que perfeito, o que é preciso é agir e repetir!
Age. Avalia. Aprende. Ajusta. Repete!