Da Expectativa à Realidade

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Porque temos naturalmente uma necessidade tão grande de criar uma expectativa?

Por uma questão de previsão. A nossa mente tem uma necessidade de certeza, de segurança, em relação ao que vai acontecer no futuro.

Ao longo dos tempos vamos também desenvolvendo a capacidade de visualizar, de prever de forma positiva. Só que hoje em dia, criamos a expectativa com base na urgência e na necessidade de obter resultados rápidos ou dentro de um tempo predefinido.

Precisas de substituir urgência por algo muito mais importante, que é a consistência e a persistência, porque é quando és consistente e persistente que te tornas excelente naquilo que fazes (e consegues também ligar isso à tua identidade, àquilo que tu és).

“Ok, Jorge, isso é tudo muito bonito, mas como traduzimos isso para a realidade?”

Primeiro, precisas de analisar aquilo que é a tua expectativa, ou melhor, o teu objetivo. E depois alinhar o teu objetivo com duas coisas:

1. MODELO DO MUNDO

Aquilo em que acreditas e valorizas. As tuas regras têm que estar alinhadas com o teu objetivo. 

Crenças: Aquilo em que acreditas sobre a forma como vais atingir o objetivo (se vai ser rápido, lento, fácil, difícil, se vais ter ajuda, se não vais ter ajuda…).

Muitas vezes tens crenças que te estão a limitar e não tens consciência delas – do que te pode estar a potenciar ou a limitar.

Valores: O que valorizas nesse objetivo? Valorizas o rápido, o fácil, o urgente ou por outro lado a jornada, a aprendizagem, o crescimento (que vem do erro e da falha), as pequenas conquistas e os pequenos resultados? Lembra-te que são os pequenos resultados que te vão dar a sensação de progresso.

Regras: As tuas regras estão relacionadas com o que tu achas que “deveria/teria ou tem que ser assim”. Todos os pensamentos que tens organizados na tua cabeça com esta estrutura, são regras. Identifica quais são estes pensamentos que te estão a limitar e a potenciar, porque garantidamente terás regras para a forma como tu deves agir perante um objetivo.

Então, para a passagem da expectativa para a realidade, identifica no teu modelo do mundo, o que te está a limitar e o que te está a potenciar.

2. VISÃO

Seja ela uma visão para o teu dia, para a tua semana, mês, trimestre, semestre, ano, 3 anos, 5 anos… A tua visão é um íman e tem de ser clara para ti!

É a tua visão inspiradora e empoderadora que vai atrair tudo aquilo que tu queres para a tua Vida. 

Se a tua visão for inspiradora e empoderadora, se o objetivo for importante, se for claro para ti o alinhamento entre o objetivo e o teu modelo do mundo, não há como não atingires o teu objetivo.

Outra questão importante é teres a noção se estás em causa ou se estás em efeito perante o teu objetivo, porque se tu estiveres verdadeiramente em causa, ou seja, se assumires verdadeiramente a responsabilidade em atingires o objetivo, independentemente daquilo que te acontecer, vais conseguir ir em frente.

Para atingires os teus objetivos precisas de abrir mão da certeza e da tua necessidade de teres resultados rápidos, porque é isso que te vai tirar de uma posição de efeito e colocar-te em causa.

Para quem não se recorda do que é estar em causa e efeito, quando estás em causa, há 3 aspetos que exigem a tua responsabilidade

1. “EU”

Quando estás em causa, assumes o controlo do teu “Eu”, do teu comportamento (ações), dos teus pensamentos (mentalidade de crescimento)  e dos teus sentimentos (inteligência emocional). 

Ações: é importante teres um plano com objetivos SMART para que sejam específicos e claros. Troca intensidade por consistência;

Mentalidade de Crescimento: tem a ver com a forma como vais lidar com a adversidade, obstáculos, esforço, crítica e sucesso dos outros;

Inteligência Emocional: utiliza as emoções negativas a teu favor: medo, frustração, desilusão, raiva e culpa.

2. “OUTROS”

Quais são as pessoas que precisas de ter no teu peer group ou quais são aquelas pessoas de que precisas te afastar?

Afastar não significa que tenhas de cortar relações com essas pessoas. 

Por vezes, pode ser necessário porque são pessoas tóxicas. 

Cria um distanciamento para aquelas pessoas que não servem para o teu objetivo. E está tudo bem!

3. “OBJETIVO”

Entre ti e o teu objetivo é necessário criares um plano efetivo e flexível que te vai ajudar a atingires o teu objetivo. O teu objetivo tem de ser SMART:

Específico: Tem de ser claro, definido;

Mensurável: Tens de o conseguir medir, porque é isso que te permite medir o teu crescimento e teres a sensação de progresso – felicidade;

Acionável: A única pessoa que pode controlar o objetivo, és tu. Quem pode ter o poder e o controlo de agir és apenas e só tu;

Realista: Não olhes para um objetivo realista como estando na tua zona de conforto porque deve estar fora da tua zona de conforto para que possas crescer. Ainda assim, deverá ser possível de atingir;

Temporizável: Estabelece uma data de início, de avaliação e de fim.

No final, lembra-te de celebrar!

Depois do objetivo ser SMART, precisas de ter um Plano RPM (Resultado – Propósito – Plano de Ação Massiva). Quanto mais claras e fortes forem as características do teu propósito, mais forte será aquilo que alavanca os teus objetivos SMART.

Os fatores externos existem e irão sempre existir: a vida, a economia, o governo, a pandemia. Todas as situações que se passam e sobre as quais não tens controlo. 

Independentemente de como o problema te chega, tens de ter a flexibilidade e abertura para saber lidar com essas situações. 

Ter uma mentalidade de “Apesar disto.. vou fazer.”

E a tudo isto chama-se “estar em causa”!

Se criares o hábito de, para os objetivos que são verdadeiramente importantes, teres esta clareza, esta disciplina para contigo, na criação de tudo aquilo que falei: 

  • no alinhamento do teu modelo do mundo;
  • da tua visão;
  • de estares em causa;
  • de abrires mão da urgência;
  • de te apaixonares pelo processo, em vez de estares na expectativa,

é impossível não atingires o teu objetivo!

É apenas uma questão de tempo e depende só e apenas de TI. 

Por isso, assume a responsabilidade de transformares a expectativa num objetivo. 

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