O que te move? O que te leva à ação? O que te guia?
Qual é a diferença entre encontrar o teu propósito e criar o teu propósito?
O significado que retiramos em “encontrar o propósito” é aquilo que por vezes nos limita.
Muitas vezes há uma ilusão de que o propósito é algo que surge na nossa frente, num belo dia, ao acaso, durante uma caminhada. Ou então, que surge ao nascer de um dia, após uma tempestade, como uma luz que por magia se acende na nossa cabeça.
O propósito não é algo que se encontra, é algo que é criado.
Existe também o mito criado pelo desenvolvimento pessoal, que diz que para encontrar a tua realização, tens que encontrar o teu propósito.
Nada disso é verdadeiro.
Propósito não é destino. Propósito é aquilo que nos dá a direção. E a tua direção pode muito bem ser criada por ti.
Eu próprio só estou aqui, porque no dia 2 de Abril de 2007, há pouco mais de 14 anos, no final do meu primeiro evento com o Tony Robbins, no UPW, tomei a decisão de que era em cima de um palco daqueles que eu queria estar. Tomei a decisão de que era para isto que eu tinha nascido. Decidi que era isto que eu queria fazer e era isto que eu iria fazer para o resto da minha vida.
Naquele momento eu decidi a minha direção. Eu não decidi o meu destino, eu decidi a minha direção.
Propósito tem a ver com tu criares o teu propósito.
E como criar o propósito?
Vamos primeiro falar sobre a ferramenta de níveis neurológicos que eu utilizo e ensino na nossa Certificação em Coaching.
O propósito tem um impacto direto naquilo que é o teu ambiente. Porque o ambiente não é só onde tu causas impacto, mas também a quem tu causas impacto.
Ou seja, o ambiente é onde os nossos comportamentos são visíveis e onde temos os nossos resultados. É no ambiente também que temos o nosso peer group, o nosso grupo de pilares.
Para tu criares um determinado ambiente, esse ambiente é criado através de um determinado comportamento. Ou seja, é a forma como tu te comportas, as tuas ações, que vai influenciar o teu ambiente.
E lembra-te, quando falamos em comportamento, falamos em decisões seguidas de ações. É isso que dita o comportamento. E a nível de comportamento, podemos falar também de hábitos, pois afinal, os hábitos são comportamentos repetidos.
Se olharmos desta forma, são as tuas decisões, as tuas ações, os teus hábitos, e em última instância, os teus comportamentos, que vão gerar os resultados no teu ambiente.
O teu comportamento é influenciado por aquilo que são as tuas habilidades e capacidades, as tuas competências. São as tuas competências que vão, de alguma forma, influenciar os teus comportamentos.
Pode ocorrer também o inverso. O ambiente pode-te convidar a que tu desenvolvas um determinado comportamento. Quando estamos envolvidos num determinado ambiente, esse ambiente também vai influenciar o nosso comportamento, naquilo que são as nossas ações.
Isto quer dizer então, que um novo comportamento vai fazer com que tu desenvolvas novas competências, novas habilidades e novas capacidades. E quando tu repetes algo um número de vezes, este comportamento torna-se um hábito.
No nível das habilidades é onde temos o “como”. E muitas das vezes, o que limita o nosso sonho é não saber como fazer. E se tu olhares para esta ferramenta dos níveis neurológicos, vais perceber que o “como” pode ser desenvolvido através de novas habilidades e novas capacidades.
Quando nós falamos de propósito, não estamos a falar em destino, mas sim em direção. E a direção é dada pelas tuas decisões, pelas tuas ações, pelos teus comportamentos e pelos teus hábitos.
Quando tu crias essa direção, tu crias uma influência no ambiente que tens à tua volta.
Ao olharmos para a parte de cima da nossa pirâmide, temos aquilo que tem um verdadeiro impacto na criação do nosso propósito. É na parte superior que a mudança efetivamente ocorre.
No nível superior da pirâmide, vais ter aquilo que são as tuas crenças e os teus valores. Ou seja, aquilo em que tu acreditas e aquilo que tu valorizas. Aquilo que tu acreditas sobre ti, o que acreditas sobre a vida. Aquilo que tu acreditas sobre desafios, sobre obstáculos.
Por exemplo, há pessoas que durante a pandemia acreditaram que essa pandemia era uma oportunidade, que estava a acontecer para eles, para mudarem algo na sua vida. E decidiram aproveitar esse tempo. E prosperaram nesse tempo, apesar de toda a mudança. Isso tem a ver com o que essas pessoas acreditaram, sobre as suas crenças e valores, e também sobre aquilo que é o porquê. É isso que nos guia, o porquê.
E se tu, ao invés de acreditares que o fato de não teres um propósito é limitativo, e passares a acreditar que o ainda não teres um propósito, é o que te vai guiar na procura desse propósito?
O fato de ainda não teres clara uma visão, é que te faz continuar com a procura.
É quase como utilizares o poder da ressignificação. A ausência de clareza e a ausência de propósito, ou a ausência de clareza sobre o propósito, é apenas o resultado de tu ainda não o teres criado.
Decide então, que criares o teu propósito é algo verdadeiramente importante para ti. E decide que o propósito, apenas e só, é definido pelas tuas ações. Até porque o propósito é criado pelo que nós fazemos.
Foi o fato de eu ter tomado aquela decisão em 2007 e ter colocado em prática o que eu decidi, que eu fui criando o meu propósito.
Quando nós decidimos viver aquilo que nós acreditamos e que são os nossos valores, nós definimos aquilo que é a nossa identidade. É nesse nível da identidade que está o EU SOU. É a tua identidade que vai fazer com que vivas aquilo que tu acreditas e valorizas.
E no topo da pirâmide temos aquilo que é a nossa missão. A missão, não é nada mais nada menos, do que o “para quê”/”para quem”. E isso não é nada mais do que o teu propósito.
Isto quer dizer, que quando tens a tua missão clara, tu defines a tua identidade, as tuas crenças, as tuas habilidades, os teus comportamentos e o teu ambiente.
E o contrário também é verdadeiro.
Podes definir o teu ambiente, os teus comportamentos, as tuas habilidades, as tuas crenças, a tua identidade e encontrar a tua missão, ou seja, o teu propósito.
É quando tu decides, quando tu ages e crias hábitos, que tu começas a criar o teu propósito.
Lembra-te: Propósito não é destino. Propósito é direção. E direção não é apenas movimento.
Há muitas pessoas que estão em movimento e há poucas pessoas que estão em ação.
Há pessoas que estão em movimento no sentido de ler livros, de estarem ligadas a um grupo que as influencie, investem em cursos. Mas depois não entram em ação.
O movimento muitas vezes é uma ilusão. O conhecimento precisa ser colocado em prática, senão, de nada vale. É quando tu aplicas um conhecimento, que ele tem resultado.
Para criares o teu propósito, tu não tens que estar só em movimento.
Em movimento tu estás só a absorver. E tu precisas passar para a próxima fase, que é passar para a prática.
O teu propósito é criado quando tu entras em ação.
Se calhar, estás numa fase difícil. E essa fase difícil está aí para te mostrar que algo precisa de mudar.
Esse momento menos bom, pode ser o convite para que cries um novo propósito.
Seja um propósito a nível físico, a nível dos teus relacionamentos, a nível da tua carreira, da tua missão… a nível global.
Propósito é o que te vai dar direção a nível da tua identidade, a novas crenças, a transformação. Propósito é aquilo que vai levar a que que faças uma reflexão sobre os teus valores, sobre aquilo que é ou não é importante. E também sobre aquilo que te vai levar a por em causa algumas regras que tu tinhas. Regras que te serviram em algum momento e que hoje te estão a limitar.
Vou-te deixar aqui um pequeno passo a passo, para tu criares o teu propósito:
1- Teres consciência daquilo que é importante para ti
Cria uma lista daquilo que tu gostas, do que é verdadeiramente importante para ti. Dessa forma vais ter mais claro aquilo em que acreditas, aquilo que são os teus valores.
2- Decide viver o que tu gostas
Ao decidir por alguma coisa, tu vais entrar em ação e decidir o teu propósito. O propósito é criado pela ação. E a ação vem depois de uma decisão.
É um passo a passo de apenas dois passos, extremamente simples, para que cries o teu propósito.
Pega agora num papel e numa caneta e começa o passo número 1: faz a tua lista.
E compromete-te a entrar em ação ainda HOJE!