Que sabotadores estão a alimentar o teu impostor?
Hoje vamos falar de algo que todos nós temos, que é a Síndrome do Impostor.
E isso tem a ver com aquilo que é o nosso Modelo do Mundo, que é a forma como nós olhamos para o mundo, aquilo em que acreditamos, valorizamos sobre nós e sobre os outros, inclusive as regras que nós temos para a nossa vida, como deve ou não ser.
A Síndrome do Impostor vem justamente daí.
De nós não sentirmos que pertencemos a algo, ou que algo não pertence a nós.
Isto tem a ver com duas coisas: com o sentimento de pertencimento ou merecimento.
Vou dar-te um exemplo.
A Síndrome do Impostor surge quando estamos a fazer alguma coisa e colocamos um nível de exigência tão alto, que ao analisarmos aquilo que estamos a fazer, a ser ou a ter naquele momento, não corresponde ao nosso nível de exigência.
Ela surge quando estamos a desenvolver uma área específica na nossa vida. Por exemplo na área profissional, quando nos propomos a desenvolver algo.
Tem muito a ver com o não aceitar a falha, não nos permitirmos errar.
Como se a falha não fizesse parte do processo de desenvolvimento, aprendizagem e crescimento em qualquer área.
É como se na nossa percepção de nós próprios, existisse uma expectativa sobre algo que não está a ser vivida na realidade.
Há que ter consciência que existe aprendizagem e crescimento em qualquer processo.
E se ao longo desse processo não te permitires errar, e tiveres sempre a comparar-te com quem está à frente, ou se estiveres sempre a criar pressão negativa…
A pressão não tem que ser negativa, existe a pressão positiva, que é a do crescimento, do querer tornares-te em algo que ainda não és, de ter claramente os teus objetivos, ter um plano… isso é a pressão positiva, e é essa que tens que ter.
Aquilo que vai desenvolver a Síndrome do Impostor é uma parte em ti, que não se sente merecedora dessa tua versão e desses teus objetivos.
E isso muitas vezes é inconsciente.
Há uma parte de nós que quer crescer, que quer atingir este nível, e a outra parte que pensa “isto não é para mim”.
E é aí que começa o processo de autossabotagem.
Esta autossabotagem, ou seja, os sabotadores, estão ligados ao impostor.
Existe uma frase em inglês que diz “Fake it till you make it“, que quer dizer algo como “Finje ser até que sejas”.
Embora eu entenda o significado que está por detrás desta frase, neurologicamente não é a melhor frase.
O fingir não é um estado de poder.
Quando eu digo “Acredita naquilo que duvidas”, é uma decisão.
Isto sim é um estado de poder, porque decides acreditar.
Outra coisa é o fingir…
Não finjas fazer, DECIDE fazer! Não finjas merecer, DECIDE merecer!
Intrinsecamente ligado ao Síndrome do Impostor, estão os Sabotadores. Identifica qual é o sabotador que te está a fazer sentir um impostor:
- Insistente
Aquele que acredita que tudo tem que ser perfeito, que procura a perfeição. Este sabotador é aquela parte de ti que acredita que ao fazer tudo com perfeição, vai ter mais resultados.
A síndrome do impostor surge aqui quando fazes algo que não acreditas estar perfeito. Ou pior ainda, nunca estás contente com o rigor, acreditas sempre que pode ser melhor.
- Prestativo
É aquele sabotador que está permanentemente a fazer pelos outros. Gosta de servir os outros.
Isso é ótimo, porque tem a ver com o altruísmo. Mas quando em excesso, vai-te limitar. Porque é uma parte tua que está em permanente realização para os outros.
A alucinação que está por detrás do prestativo, é que ao servir será mais amado, mais aceite e mais merecedor.
A síndrome do impostor surge aqui quando pensas que nunca fazes o suficiente para os outros e queres fazer sempre mais.
- Hiper-realizador
É extremamente focado em resultados e acredita que nunca é bom o suficiente.
Está sempre a fazer algo. Acredita que quanto mais fizer, mais vai ser merecedor, aceite, amado…
Este sabotador aparece quando lá na infância fizemos algo e fomos apreciados e valorizados. E surge na vida adulta quando não te permites descansar, relaxar ou ter momentos de lazer.
- Vítima
É o “coitadinho”, que procura chamar a atenção e receber amor.
Foi criado quando ainda eras um bebé que chorava e recebia atenção, amor e aquilo que queria.
A tristeza surge para que façamos uma pausa para a autoreflexão. Então não te sintas um impostor quando tiveres um dia menos bom. Usa esse dia para a tua própria reflexão.
- Hiper-racional
Não transmite emoções, é analítico e racionaliza tudo.
Este sabotador apareceu quando lá atrás sentimos necessidade de não sentir nada.
Lembra-te que o nosso cérebro está desenhado para ganhar, e ele vai-te sempre mostrar isso. O nosso cérebro quer proteger-nos.
Utiliza então este pensamento a teu favor. Usa a tua racionalidade a teu favor. Decide quais são as crenças que queres ter para ti.
- Hiper-vigilante
É aquela parte de nós que está sempre alerta.
Tem origem no medo, vive à espera que algo aconteça. E pode alimentar em ti a ilusão de que nunca vais ser capaz.
Se o hiper-vigilante está por detrás do medo, tens de utilizar o medo a teu favor. Prepara-te para o que está por vir e decide agir. O medo diz-nos que algo pode acontecer, e é um sinal de proteção e preparação.
Aqui também existe muito a necessidade de controlo. O maior controlo que podes ter é aceitar que não podes controlar tudo.
- Inquieto
Está sempre à procura de algo novo, nunca está satisfeito. É aquele que quer sempre fazer mais. Diferente do hiper-realizador que quer fazer para ser reconhecido, o inquieto é aquele que quer chegar mais longe e quer sempre alcançar mais. É como se fosse a “gula”, como se já tivesse comido uma sobremesa e quisesse sempre mais.
O impostor aqui surge quando não entendemos o valor daquilo que já temos. É preciso desenvolver o sentimento de gratidão pelo estado em que te encontras.
Ao fim e ao cabo, a gratidão está ligada à felicidade.
- Controlador
É aquele sabotador que tem necessidade de controlo e de saber que está sempre certo.
O impostor surge quando sente que não está a controlar a situação e nem tem o poder naquele momento.
Permite-te abrir mão do controlo.
- Esquivo
É aquele que evita o confronto.
Eu diria que este sabotador é um agregador, mas lembra-te que em excesso pode-te limitar.
Não te sintas um impostor quando decidires que aquela guerra não é para ti.
Mas o maior sabotador, aquele que alimenta todos os outros, é o Crítico. Tens que trocar o crítico pelo Sábio que há em ti.
O Sábio é aquele que tem o poder de escolher o que vai sentir, pensar, fazer, acreditar…
Quando sentires a síndrome do impostor, pensa em qual dos sabotador te está a limitar.
O que estás a perder quando o teu crítico está em ação?
Se escutares o teu sábio, o que é que ele te diz?
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