Criar expectativas faz parte do racional e do imaginário de todos nós pela necessidade inata que o nosso cérebro tem de prever o futuro.
As expectativas são criadas pelo lado racional do nosso cérebro, mas também pelo lado criativo. O lado racional está na razão, no agora, na realidade, enquanto a parte criativa vive na possibilidade e no futuro. Criamos expectativas porque temos necessidade de certeza, de segurança – racional – mas é a parte criativa que a vai criar porque precisamos de imaginar o que vai acontecer.
Embora as expectativas possam ser vistas como algo negativo, é um comportamento comum do ser humano. É normal precisarmos de fazer essa ligação entre a visão de certeza no agora e associar essa visão ao futuro e imaginar o que pode acontecer.
O problema ou a parte menos positiva está na frustração e/ou desilusão que pode ser gerada quando a expectativa que tu criaste não está alinhada com a realidade.
Quando a expectativa não é igual à realidade pode gerar frustração que tem a ver com a estratégia, com algo que estavas a fazer, mas não está a funcionar, ou pode gerar desilusão que tem a ver com objetivos – funciona como um alerta para quando algo que tu esperavas que acontecesse já não vai acontecer.
Estas duas emoções – a frustração e a desilusão – quando utilizadas a teu favor são positivas porque podes ajustar as tuas estratégias e ações e consequentemente também os teus resultados face àquilo que sentes.
Problema com a expectativa: esperar que algo aconteça é quase como se abrisses mão da tua responsabilidade de fazer com que isso/algo aconteça.
Expectativa = Realidade Paralela
Ao criares uma expectativa e ao não ser realizada, vais sempre procurar um culpado (pessoas, eventos ou tu próprio) enquanto que o que deverías fazer era assumir a responsabilidade. Fazer uma análise do que podes fazer de diferente e pensar:
O que preciso de fazer de diferente? Qual é a aprendizagem?
Neste momento, que novo objetivo posso traçar? Numa próxima vez ou se desta vez ainda for possível, que alteração tenho de fazer à minha estratégia?
Troca a culpabilização por responsabilidade!
A principal pessoa por ter criado a expectativa foste tu – foi criada com base no teu modelo do mundo, naquilo que era importante para ti, que estavas a viver, nas tuas crenças e nos teus valores.
A forma como comunicas também vai influenciar os teus resultados.
Deveria, gostaria, queria… utilizares esta forma gramatical é meio caminho para que as coisas corram mal porque estás na parte da suposição. Troca por vou fazer, tenho de ser…
Não te vale de nada agora dizeres, como ouço muito, “agora não crio mais expectativas na minha vida.” não é esse o ponto! Criar expectativas é uma necessidade humana, a necessidade de visão. Para reduzires as expectativas tens de racionalizar de novo aquilo que estás a acreditar em como as coisas deviam de ser nesse momento ou deveriam ter sido. Precisas de racionalizar o que é verdadeiramente importante, o que estás a valorizar em excesso ou que podes começar a valorizar que vai diminuir aquilo que é a tua expectativa.
A melhor regra que podes adotar é a regra da responsabilidade e entender que expectativa não é mais do que uma suposição, logo é algo que não é real. Torná-la real só depende de ti. Pensa no que podes mudar, alterar para que aquilo que está no teu controlo faça com que a tua expectativa possa se tornar real.
Insisto muito na importância de termos uma visão (que pode ser vista como uma expectativa). Teres uma visão é criares uma imagem, fazeres uma suposição do que queres que aconteça no futuro, não o que tu esperas que aconteça!
Então não podendo fugir dela, deixo-te 5 passos para gerires as tuas expectativas para que consigas reduzir a frustração e desilusão:
1. Sonha com os Pés no Chão
Sê realista e não esperes nada dos outros, da vida. Não quer dizer que não tenhas uma realidade otimista, mas resume-te à tua realidade nesse momento.
O pensamento deve ser “o melhor está por vir” e de acordo com o que acontecer, vais aceitar porque não tens uma expectativa sobre aspetos externos a ti e ao que tu não controlas.
2. Respeita a Individualidade dos Outros
Não coloques as tuas expectativas nos outros e não projetes nos outros aquilo que gostarias que eles fossem. O que não invalida que tenhas objetivos para algumas pessoas, que ao não serem cumpridos, sintas a necessidade de fazer “um ajuste de contas”.
3. Sê Resiliente
Resiliência é o treino da tua capacidade de adaptação de recuperar de um evento negativo.
É fundamental para exerceres a tua causalidade perante a expectativa e para adaptares o teu modelo do mundo – as tuas crenças, valores.
4. Reconhece as tuas Falhas e Erros
Quando a tua expectativa é “agoirada” é sinal que um acontecimento se sucedeu.
Treina-te a olhares para o erro e para a falha como uma aprendizagem.
Questionar-te: “O que posso aprender deste acontecimento?”
Para que numa próxima possas fazer diferente, seres mais prático e pragmático ao invés de te deixares guiar pela imaginação.
5. Pratica o Bem
Faz a tua parte e não dependas do outro. Faz de forma unilateral e sem esperar nada em troca.
Só existe um ingrato quando existe um interesseiro e quando impões a tua realidade – o teu modelo do mundo – ao outro, isso não é praticar o bem de forma unilateral.
Gratidão é também uma excelente prática para lidares com a expectativa já que te traz para o agora.
Gratidão não é agradecer por tudo o que acontece, é aceitares a realidade como ela é e aceitares o bom no menos bom.
Este treino do foco vai permitir melhorar a tua qualidade de vida e aumentar os teus níveis de otimismo. Vai ainda ajudar a eliminar a comparação com os outros porque aceitas a tua realidade e agradeces pelo que tens agora e não olhas em excesso para o que os outros têm.
Um hábito que tenho e recomendo é teres um caderno da gratidão onde registas todos os dias, religiosamente, 3 a 5 coisas pelas quais és grato/a.
Se ainda não tens este hábito na tua vida, encara isto como um desafio para 30 dias. Se te fizer sentido estende por 60, 90 dias ou eternamente.
Compra um caderno ou utiliza um que já tenhas e todos os dias, podes escrever coisas relacionadas com SER, FAZER e TER.
Hoje estou grato/a por…
Aquilo que sou
Aquilo que fiz
Aquilo que tenho
E faz este exercício englobando as 3 principais áreas da tua vida: profissional, pessoal e relacionamento. De manhã, para iniciares o teu dia com foco e à noite para refletires sobre o teu dia, escreve no teu diário da gratidão 3 a 5 coisas pelas quais és grato/a a nível mental, espiritual, saúde, emocional…
Treina-te para procurares o positivo nas coisas! Aceitas o desafio?
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